sexta-feira, 21 de setembro de 2007






O ensino a distância surgiu da necessidade do preparo profissional e cultural de milhões de pessoas que, por vários motivos não podiam freqüentar um estabelecimento de ensino presencial e evoluiu com as tecnologias disponíveis em cada momento histórico, as quais influenciam o ambiente educativo e a sociedade.
Inicialmente na Grécia e, depois, em Roma, existia uma rede de comunicação que permitia o desenvolvimento significativo da correspondência. As cartas comunicando informações científicas inauguram uma nova era na arte de ensinar. Segundo Lobo Neto (1995) um primeiro marco da educação a distância foi o anúncio publicado na Gazeta de Boston, no dia 20 de março de 1728, pelo professor de taquigrafia Cauleb Phillips: "Toda pessoa da região, desejosa de aprender esta arte, pode receber em sua casa várias lições semanalmente e ser perfeitamente instruída, como as pessoas que vivem em Boston."
Em 1833, um anúncio publicado na Suécia já se referia ao ensino por correspondência e na Inglaterra, em 1840, Isaac Pitman sintetiza os princípios da taquigrafia em cartões postais que trocava com seus alunos.
No entanto, o desenvolvimento de uma ação institucionalizada de educação a distância tem início a partir da metade do século XIX.
Em 1856, em Berlim, Charles Toussaint e Gustav Langenscheidt fundam a primeira escola por correspondência destinada ao ensino de línguas. Posteriormente, em 1873, em Boston, Anna Eliot Ticknor cria a Society to Encourage Study at Home. Em 1891, Thomas J. Foster, em Scarnton (Pennsylvania) inicia o International Correspondence Institute com um curso sobre medidas de segurança no trabalho de mineração.
Em 1891, a administração da Universidade de Wisconsin aceita a proposta de seus professores para organizar cursos por correspondência nos serviços de extensão universitária.
Um ano depois, em 1892, o Reitor da Universidade de Chicago, William R. Harper, que já havia experimentado a utilização da correspondência na formação de docentes para as escolas dominicais criou uma Divisão de Ensino por Correspondência no Departamento de Extensão daquela Universidade.
Por volta de 1895, em Oxford, Joseph W. Knipe, após experiência bem sucedida preparando por correspondência duas turmas de estudantes, a primeira com seis e a segunda com trinta alunos, para o Certificated Teacher's Examination, inicia os cursos de Wolsey Hall utilizando o mesmo método de ensino.
Em 1898, em Malmoe na Suécia, Hans Hermod, diretor de uma escola que ministrava cursos de línguas e cursos comerciais, oferece o primeiro curso por correspondência dando início ao famoso Instituto Hermod.
No final da primeira guerra mundial surgem novas iniciativas de ensino a distância em virtude de um considerável aumento da demanda social por educação, confirmando de certo modo, as palavras de William Harper, escritas em 1886:
Chegará o dia em que o volume da instrução recebida por correspondência será maior do que o transmitido nas aulas de nossas academias e escolas; em que o número dos estudantes por correspondência ultrapassará o dos presenciais; ...
O aperfeiçoamento dos serviços de correio, a agilização dos meios de transporte e sobretudo o desenvolvimento tecnológico aplicado ao campo da comunicação e da informação influíram decisivamente nos destinos da educação a distância. Em 1922, a antiga União Soviética organiza um sistema de ensino por correspondência que em dois anos passou a atender 350.000 usuários. A França cria em 1939 um serviço de ensino por via postal para a clientela de alunos deslocados pelo êxodo.
A partir daí, começa a utilização de um novo meio de comunicação, o rádio, que penetra também no ensino formal. O rádio alcançou muito sucesso em experiências nacionais e internacionais, tendo sido bastante explorada na América Latina nos programas de educação a distância do Brasil, Colômbia, México, Venezuela, entre outros.
A partir das décadas de 60 e 70, a educação a distância, embora mantendo os materiais escritos como base, passa a incorporar articulada e integradamente o áudio e o videocassete, as transmissões de rádio e televisão, o videotexto, o computador e mais recentemente, a tecnologia de multimeios, que combina textos, sons, imagens, assim como, mecanismos de geração de caminhos alternativos de aprendizagem (hipertextos, diferentes linguagens) e instrumentos para fixação de aprendizagem com feedback imediato (programas tutoriais informatizados), etc.
Atualmente o ensino não presencial mobiliza os meios pedagógicos de quase todo o mundo, tanto em nações industrializadas como em países em desenvolvimento. Novos e mais complexos cursos são desenvolvidos, tanto no âmbito dos sistemas de ensino formal quanto nas áreas de treinamento profissional. Pode-se ver inúmeros exemplos visitando-se os sites de universidades.
Um desafio, uma necessidade imperiosa dos tempos modernos, uma imposição a que não se pode fugir, seja o que for, a educação a distância é uma das soluções para os tempos atuais. As novas tecnologias de comunicação e informação como a televisão, o vídeo, a informática - com a Internet ganhando espaços cada vez maiores - sem desprezar os meios tradicionais de correio, telefone e postos pedagógicos organizacionais - convidam, se é que não exigem, um aproveitamento amplo de suas possibilidades em benefício da educação.
De fato, em função de fatores como o modelo de EAD de que se parta, os apoios políticos e sociais com que se conte, as necessidades educativas da população, o desenvolvimento das tecnologias de comunicação e informação, há grande diversidade de formas metodológicas, estruturais e projetos de aplicação para essa modalidade de educação.
A educação a distância foi utilizada inicialmente como recurso para superação de deficiências educacionais, para a qualificação profissional e aperfeiçoamento ou atualização de conhecimentos. Hoje, cada vez mais é também usada em programas que complementam outras formas tradicionais, face a face, de interação e é vista por muitos, como uma modalidade de ensino alternativo que pode substituir parte do sistema regular de ensino presencial.

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